HISTÓRIA DA CIDADE
Água Suja, hoje Romaria, começou sua existência como povoado, no tempo da guerra do Paraguai, quando alguns garimpeiros, vindos de Estrela do Sul, descobriram aí ricas jazidas de diamante. Em 1867 foi descoberto o primeiro e daí por diante, o córrego Água Suja, que se desemboca no rio Bagagem, tornou-se célebre, emprestando seu nome à povoação que logo foi surgindo com os diamantes.
Seus primeiros habitantes, sempre devotos de Nossa Senhora, como seus antepassados, com grandes dificuldades, iam todos os anos à longínqua Ermida de Muquém (centro de Goiás) a fim de cumprir suas promessas e honrar a mãe de Deus, participando da concorrida romaria anual. Nesta Ermida era invocada Nossa Senhora da Abadia, Invocação Importada de Portugal para a capela de São Tomé, na paróquia de São José do Tocantins, em Goiás (hoje Tocantins). Crescendo, a população de Água Suja, crescia também a dificuldade de se deslocarem os devotos até Muquém.
Surgiu então entre os habitantes a idéia de se construir uma capela em honra a Nossa Senhora da Abadia, se os emissários do governo imperial os não viessem incomodar neste recanto, com a designação para o serviço da campanha do Paraguai. Levaram ao conhecimento de D. Joaquim Gonçalves de Azevedo, bispo de Goiás, a idéia, pedindo licença para que na capela a ser construída gozassem os peregrinos dos mesmos favores espirituais de que gozavam os de Muquém. O prelado concordou graciosamente.
No ano de 1870 foi construída uma Capela provisória e deu-se início também ao transporte de material para o futuro Santuário. Providenciaram logo a aquisição de uma imagem de Nossa Senhora da Abadia. Foi encomendada de Portugal, na capital do império. Foi transportada do Rio a Barra do Piraí em lombos de animais. E daí em diante veio de trem e carro de bois, trazida pelo viajante português Custódio da Costa Guimarães.
O povo feliz foi esperar a imagem a algumas léguas de distância do arraial nascente. No encontro do povo com o comboio, a imagem foi benta ali mesmo naquele local campestre.
E assim Nossa Senhora da Abadia, rodeada pelos seus filhos e devotos foi recebida triunfalmente entre aclamações apoteóticas e o espocar dos fogos de artifício, foguetes e morteiros e aos acordes marciais, sendo entronizada na capela provisória depois templo. A Virgem, vendo a grande fé com que este povo venerava sua imagem, não cessou, até o dia de hoje, de alcançar de seu Divino filho, graças extraordinárias e até milagres em favor dos que a ela recorrem e a procuram neste Santuário.
Quem uma vez ia a água Suja, por curiosidade, ou por sentimento religioso, assistir aos festejos em honra da SS. Mãe de Deus, nunca mais deixava de lá ir, de modo que se as romarias começaram a crescer de ano para ano.
De todas as partes do Triângulo Mineiro e dos Estados Vizinhos acorriam os romeiros em busca da imagem milagrosa. A fé, às vezes fraca, aumenta sempre, ao veremos favores dispensados tão generosamente por intercessão de Nossa Senhora da Abadia, neste Santuário. Em 1926, quando o número dos romeiros já ultrapassava a casa dos cinqüenta mil, na festa de agosto, o Santo Vigário de Água Suja, hoje Romaria, Pe. Eustáquio Van Lieshout iniciou a construção do atual e majestoso Santuário. Assim foi, a antiga Água Suja, Tornou-se desde então o novo centro de devoção Mariana, daí espalhando-se por todo o Triângulo Mineiro.
A imagem de Nossa Senhora da Abadia representa o mistério da Assunção de Nossa Senhora.
Leva nos braços seu Filho.
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http://cidadesnet.com/municipios/romaria.htm